"...Cada um cria seu mundo dentro de sua visão e audição. E fica prisioneiro dele. E de sua cela, ele vê a cela dos outros."
-Karl Engel

domingo, 10 de fevereiro de 2008
Relato: Compaixão
Qual a dimensão da dor? Imagino a Virgínia Wolf agonizando dentro da água. Alguém lançando-se da janela depois de um jantar em família, um revólver contra a têmpora, caixas e caixas de tarja preta. Penso em pessoas que ficaram doentes. Perda de movimento, uma criança com talidomida, uma casa onde passam fome. De onde vem os sorrisos ou as atitudes desesperadas? A depressão ou a euforia? Dói pensar que nunca compreenderemos o outro. Como mesurar esse tipo de coisa. Como saber se alguém que morre de frio na rua sofre tanto quanto alguém que teve um dia muito ruim e não conhece outra dor, senão essa? Certamente teríamos compaixão pela primeira e nenhuma pela segunda. Então, afinal, o que é compaixão? Será que depende da nossa percepção da dor?
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Um comentário:
as vezes definir sentimentos ao invés de apenas senti-los não o torna menor ou melhor, sabe-se lá o que é compaixão...
o dicionário explica, mas será mesmo que conseguimos identificá-lo no turbilhão de sentimentalidades?
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