Um dia voltei lá. Um fim de semana inteiro, meio que por travessura. Fiz de conta que era a casa dos outros. Um apartamento vazio. Tudo embalado para mudança.
Fui com ele, o meu. Ainda não tinha certeza de nada. Só uma coisinha tropega chafurdando meu coração e dizendo que ainda não devia desistir de amar. Que ainda valia a pena tentar.
Brincamos de aqui é a nossa casa daqui uns anos. Eu até cozinhei.
E de noite teve um show que eu achei que nunca ia poder assistir! Pequenos milagres.
Escutei as três palavras que me pareceram tão sinceras, parecíamos nos conhecer tanto.
Fechei os olhos e me deixei embalar por aquilo tudo. Promessas, uma rosa vermelha para cada mês, eu disse. Me lembrei muito da "Abrace-me" em que uma das coisas é que no escuro e no frio, não é errado se abraçar e mentir sendo legítimo.
Digo mentir, mas não no sentido bruto da palavra, mentir, porque toda vez que falamos de futuro a gente mente um pouquinho, mentir porque os sentimentos mudam e não podemos jurar constância.
Mas eu me senti feliz de um jeito tão diferente, como se eu estivesse finalmente pronta.
E era quase dia dos namorados. Quase isso.
Amanheceu. Veio a chuva de realidade que se segue após os dias oníricos. Uma tempestade fenomenal.
Quer saber de uma coisa? A realidade, bem, a realidade só é bonita muito de vez em quando. E a gente nunca aprende isso. A parte feia quando vem sempre machuca fundo, por causa do contraste.
"...Cada um cria seu mundo dentro de sua visão e audição. E fica prisioneiro dele. E de sua cela, ele vê a cela dos outros."
-Karl Engel

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Relato: O que era pra ser perfeito se não fosse o contraste
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2007),
Quando voltei no apê pro show do Obituary(Junho
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